one in a million .

A verdadeira razão para nunca mais ter amado alguém de verdade, foi o facto de já ter encontrado o amor da minha vida !

Eu sou uma daquelas raparigas que desde pequenina passa o verão numa aldeia, aldeia esta onde o meu avô viveu, e como tal costumo ir lá passar férias, e tirando as férias de verão raramente lá vou, por vezes na Páscoa ou no Carnaval e outras vezes passo lá um fim-de-semana ou outro. E como já lá vão muitos anos, fiz amigos, amigos verdadeiros e não só, tudo começou no verão de dois mil e nove. Numa das imensas tardes do mês de agosto, eu fui à piscina como era habitual, e houve um certo rapaz que me chamou atenção, ele fazia de tudo para que eu olhasse para ele, mas eu como sempre tentei ignorá-lo, o problema estava no facto de ele não me ser indiferente, e esta rotina permaneceu durante os dias seguintes, mas no final daquele dia eu já tinha a perfeita noção de que ele era especial. Não sei como nem porquê, mas já havia uma certa ligação entre nós. E em como todos os anos, o verão acabou, e podia dizer que passeio o outono, o inverno e a primavera, sem sequer pensar nele, mas mentiria, a verdade é que ele não me saiu do pensamento, e apenas sabia o seu primeiro nome, nada mais. 

E foi quando chegou o verão de dois mil e dez, quando o meu primo fez um amigo novo, e este, numa certa noite, apresentou-nos ao seu grupo de amigos, e adivinhem quem estava lá? Sim, o tal rapaz do outro verão. Apresentaram-nos, e eu muito naturalmente quase morria de vergonha, mas enfim, depois ele e mais um amigo começaram-me a ir buscar a casa para irmos para a piscina, isto todos os dias. Eu e ele estavamos cada vez mais próximos, descobri que tinhamos bastantes coisas em comum, e houve um dia e um momento, momento esse em que ele proferiu estas palavrinhas, 'Filipa, quero dizer-te uma coisa, tu já deves saber, mas eu quero dizer. Eu gosto de ti.', e apesar de eu saber que o sentimento era recíproco, a única coisa que me veio à cabeça foi fugir, e foi o que fiz, fugi dele, não sei porquê, mas foi o que me ocorreu naquele momento. À noite fomos sair, e felizmente eu já estava mais calma e mentalizada do que tinha acontecido naquela mesma tarde, e a noite passou-se muito normalmente, como sempre ele meteu-se comigo, e o que não podia faltar, as suas brincadeiras parvas. Na noite a seguir voltamos a sair, e estavamos todos sentados no parque, a falar, e ele estava a meu lado, e para minha surpresa, a mão dele começou-se a aproximar da minha, e finalmente demos a mão, e tenho a dizer que foi o momento mais perfeito que alguma vez tive, e a cada dia que passava estavamos cada vez mais próximos, até que um dia ele pediu-me em namoro, e eu aceitei, comecei a viver um conto de fadas. Até que, infelizmente, o verão chegou ao fim, tal como a minha felicidade, nós já antes tinhamos falado sobre o fim do verão e em como tudo ia mudar, mas ambos concordamos em ser a excepção à regra dos namoros à distância, ou pelo menos tentar, mas passados dois meses do final do verão aquilo que tinhamos não conseguiu sobreviver mais. E a partir desse dia, desse momento eu nunca mais consegui amar alguém de verdade, o que me leva à minha frase inicial , 'a verdadeira razão para nunca mais ter amado alguém de verdade, foi o facto de já ter encontrado o amor da minha vida', porque ele foi e continua a ser o amor da minha vida, pena é termos deixado de falar, não ter notícias tuas à meses, e eu ainda aqui, a amar-te às escondidas !

Foram segundos, minutos, horas. Foram manhãs, tardes, noites. Foi o meu verão a teu lado.